Será que para dar
certo, tudo tem que se encaixar direitinho?
Gostar das mesmas
músicas, ler os mesmos livros, curtir os mesmos programas de fins de semana?
Será que é normal
ter tantas dúvidas?
O futuro nunca me
assustou tanto quanto agora.
Síndrome de Peter
Pan, medo de sair do ninho?
Medo de perder a liberdade, de não conseguir
conciliar as obrigações e as amizades, medo de crescer... Medo.
A cabeça é uma
bagunça e eu nem sei por onde começar a organizar. Sei que tenho que seguir em
frente que para trás não dá mais.
Mas e se?
E se der tudo
errado?
E se não for isso mesmo?
E se eu me tornar
aquilo que tanto condenei?
E se eu fizer com as
pessoas que eu amo a mesma coisa que um dia fizeram comigo?
Não quero, não
posso, não devo.
Mas como saber se já
não está sendo tudo assim?
Planejei um milhão
de caminhos na minha cabeça louca e todos passavam a milhas deste que estou
seguindo agora. De todas as portas, a chave que menos me atraía era essa.
Ironicamente, esta era a única porta dentre todas que não precisava de uma
chave. E simplesmente se abriu.
E agora a encaro...
Incerteza,
indecisão, medo. Sempre ele.
Mas ao mesmo tempo,
curiosidade, interesse, vontade de tentar.
Pé ante pé vou
atravessando a porta.
E só assim, seguindo
em frente é que vou saber no que vai dar.
“... Um menino
caminha e caminhando chega num muro, e ali logo em frente a esperar pela gente
o futuro está...”
(Aquarela –
Toquinho)