segunda-feira, 31 de julho de 2017

Futuro



Será que para dar certo, tudo tem que se encaixar direitinho?
Gostar das mesmas músicas, ler os mesmos livros, curtir os mesmos programas de fins de semana?
Será que é normal ter tantas dúvidas?
O futuro nunca me assustou tanto quanto agora.
Síndrome de Peter Pan, medo de sair do ninho? 
Medo de perder a liberdade, de não conseguir conciliar as obrigações e as amizades, medo de crescer... Medo.
A cabeça é uma bagunça e eu nem sei por onde começar a organizar. Sei que tenho que seguir em frente que para trás não dá mais. 
Mas e se?
E se der tudo errado? 
E se não for isso mesmo?
E se eu me tornar aquilo que tanto condenei?
E se eu fizer com as pessoas que eu amo a mesma coisa que um dia fizeram comigo?
Não quero, não posso, não devo.
Mas como saber se já não está sendo tudo assim?
Planejei um milhão de caminhos na minha cabeça louca e todos passavam a milhas deste que estou seguindo agora. De todas as portas, a chave que menos me atraía era essa. Ironicamente, esta era a única porta dentre todas que não precisava de uma chave. E simplesmente se abriu.
E agora a encaro...
Incerteza, indecisão, medo. Sempre ele.
Mas ao mesmo tempo, curiosidade, interesse, vontade de tentar.
Pé ante pé vou atravessando a porta.
E só assim, seguindo em frente é que vou saber no que vai dar.

“... Um menino caminha e caminhando chega num muro, e ali logo em frente a esperar pela gente o futuro está...”

(Aquarela – Toquinho)