domingo, 28 de outubro de 2012

BIS




E quando eu penso que já tinha acabado, lá vem meu coração dar show outra vez.
Não adianta. É uma foto... uma música... uma piada... um lugar...
O vento que bate e me lembra das coisas que você me dizia...
Um olhar que se cruza e traz de volta aquele alguém que só eu via...
Um sorriso que ficou na lembrança...
Uma frase solta no ar...
O simples juntar das letras no formar do teu nome....
As árvores, as folhas, a rua, a estrada, a lua...
Algo que eu vejo na TV e sei que você gostaria de ver também...
Coisas que eu leio, coisas que eu escrevo...
Coisas que vejo nos teus olhos e que já não vejo mais  nos meus...
Sempre vai faltar alguma coisa. Por mais alegres que sejam os meus dias; por mais amor que eu encontre em minha vida; por mais apoio e ombros amigos que me ofereçam, sempre vai ficar o oco que era preenchido por você.
Se ao menos as minhas dúvidas pudessem ser respondidas, se eu não me sentisse tão perdida, se eu pudesse ao menos entender porque sinto o que sinto...
Sinto os teus sentimentos, como se essa ligação fosse inquebrantável e é por sentir o que você sente, que mesmo ao fim do espetáculo a esperança se junta ao meu coração para pedir bis.
E, no entanto é tarde demais. Já é tarde demais para mim e vai ser muito mais tarde ainda quando você entender e aceitar (se é que seja possível que isso vá um dia acontecer...).
Lamento tanto por tudo ter seguido por um rumo tão tortuoso. Lamento demais que tudo tenha se desfeito como se tivesse sido escrito na areia.
Já perdi até o rumo do que eu ia escrever, pois as lágrimas que eu achei que já tivessem secado caem agora fluentemente e não me deixam mais enxergar o texto. Trazem-me lembranças de risos e sorrisos, falas e silêncios, olhares e desvios, proximidades e distâncias e já não consigo mais lembrar que rumo este texto deveria tomar...
Lá vou eu para mais um bis. Mais uma noite de memórias, lamentos, saudades e lágrimas no travesseiro.


"Se lembra quando a gente chegou um dia a acreditar que tudo era para sempre, sem saber que o para sempre sempre acaba..." (Por Enquanto - Cássia Eller)





segunda-feira, 15 de outubro de 2012

TO SIR, WITH LOVE...




Quando eu era criança, eu tinha uma imaginação incrível. Por falta de amiguinhos da minha idade e por meus irmãos serem ainda bebês, usava minha imaginação fértil para brincar. E sabe qual era minha brincadeira preferida? Escolinha.Eu tinha uma lousinha, que apoiava em cima de uma cadeira, tinha giz de todas as cores e tinha também meus livros didáticos de matemática, português, ciências e estudos sociais (sobras que eu ganhava da minha tia professora). E era ali, em cima de uma cadeira no quintal que eu dava aula para minha turma imaginária. E todos eles tinham nome, número de chamada, ganhavam estrelinha de bom comportamento e tinham seu dia de ajudante.
Eu preparava as aulas, separava as matérias, dava notas nos trabalhos... Passava horas e horas apagando e escrevendo de novo na lousa... Adorava tudo aquilo, resolver as questões, ensinar, mostrar tudo que eu sabia...
Sempre adorei a escola – como boa nerd que sou. Os professores sempre foram meus melhores amigos. Sempre me causavam aquele fascínio, me deixavam boquiaberta por saberem tanto, me faziam querer saber tanto quanto eles, eu queria ser daquele jeito, queria saber tudo aquilo...
Queria crescer e ter minha própria escola, minha lousa gigante de verdade, minha lista de chamada de verdade, minha turma de verdade...
O tempo passou e os sonhos mudaram, mas a escola continua sendo meu lugar preferido. Ainda adoro meus professores, e babo - sim, babo - no quão longe vai o conhecimento de alguns. Ainda sinto o mesmo fascínio, ainda adoro aprender e prestar atenção e absorver tanto quanto for possível daquela sabedoria que eles estão ali transmitindo.
Estou no último ano de faculdade, no último semestre, mas ainda lembro o nome – senão de todos, mas de boa parte dos meus professores desde o maternal. Lembro-me das escolas por onde passei, e de cada uma dessas pessoas tão importantes que participaram deste meu processo de aprendizado, que alimentaram essa minha sede incontrolável de saber.
Tia Elianinha (Maternal), tia Cláudia (Jardim), tia Izabel (Pré), Professoras Irene (1ª série), Josefina (2ª série), Yara (3ªsérie), Lourdinha (4ª série), Alda, Letícia, Maria Angélica, Laura Beatriz, Bárbara, Cida, Marlett, Érica, Lídia, Conceição, Telma, Marilena Bonnon, Sandra (Geografia), Simone, Ana Lúcia (Matemática), Maria Eugênia, Márcia, Edilaine, Mônica, Genelva, Sandra (Inglês), Veridiana, Valéria, Rita, Yasuko, Amanda, Sônia, Cristiana, Eliana, Solange, Ana Lúcia (Inglês),  Aline, Fernanda e os professores Silvio, Aldimar, Luiz e Kéler,  Luiz Felipe, Ferrari, Felipe, André, André Brait, José Vicente, Edinho, Bina, Assis, Beli, Pascoal, Pedro... Espero que eu não tenha esquecido ninguém já que todos foram tão importantes.
Neste dia de vocês quero então dizer o quanto os respeito, o quanto os admiro, o quanto os agradeço... Quero dizer tantas coisas e nem sei como. Acho que este dia deveria sim ser mais valorizado, que esta profissão deveria ser muito mais valorizada, mas não quero entrar no âmbito político desta questão.
Peço que aceitem a minha singela homenagem, o meu carinho, meu respeito e admiração. Tenho certeza que muitos que estão me dando aula na facu neste momento vão ser para mim inesquecíveis, vou carregar na mente e no coração e vou continuar babando quando falar deles por aí, assim como babo em classe escutando vocês falarem.
Parabéns pelo dia de vocês. Parabéns por escolherem esta profissão. Parabéns por muitas vezes orientarem os passos incertos de seus alunos.
Obrigada por ME orientarem. Obrigada por compartilharem as coisas incríveis que vocês sabem. Obrigada, obrigada, obrigada, obrigada.
Tia Eliana e Tio Eduardo, parabéns para vocês também. Se escolinha era minha brincadeira favorita tia, era porque eu queria imitar você. E tio, você compartilhando todo seu conhecimento de História (tanto teórico quanto prático), foi o primeiro professor que me fez babar.
Mais uma vez parabéns a vocês!!!! Afirmo com toda certeza que sem vocês, faltaria boa parte do que hoje existe em mim.

(Queria que todos os professores aqui citados pudessem ler isso e se eu me esqueci de algum, me desculpe, são nomes demais para lembrar!!)

Pra terminar, uma musiquinha:


sexta-feira, 12 de outubro de 2012

GENTE COM DISTÚRBIO


Hoje é Dia das Crianças e eu ia fazer várias montagens de fotos para colocar no Facebook e desejar  alegrias para as “crianças” que já passaram da idade assim como eu. Mas enquanto eu montava as fotos e pesquisava textos, me veio essa vontade louca de escrever e – quem escreve , sabe – contra a inspiração não se pode lutar. Eu acho que o texto vai ficar grande demais pro Face, então tenho que colocá-lo onde tem espaço, ou seja: aqui na minha Penseira.

Quando a gente é criança, fica fascinado com esse mundo dos adultos. A gente quer crescer, fazer logo os tão sonhados 18 anos e poder mandar no próprio nariz. Doce ilusão. Aí a gente cresce e tudo que a gente quer é voltar, porque por algum motivo, aquela alegria doce e inocente, não acompanhou a gente pro mundo de gente grande...
Mas tem gente que cresce, e apesar de tudo – da idade, dos problemas, das responsabilidades – deixou uma portinha aberta para aquele mundo anterior. Gente que quando se junta, esquece que cresceu, abre a porta da casinha de brinquedos e volta pra lá, pro mundo da alegria infantil.



Gente que joga vídeo game, assiste filme de terror e fica com medo do escuro depois, que ri de piada tipo pastelão, que vai ao cinema e se diverte, que gosta de assistir desenho...


Gente meio louca, que canta parabéns no busão, que brinca de guerra de travesseiro, que gosta de comer Trakinas, Passatempo e Bis, que joga Banco Imobiliário, Mario e Guitar Hero...


Gente maluca que fica conversando em códigos, inventando histórias sem pé nem cabeça, fazendo parte de um mundo que só existe na cabeça delas, um mundo que talvez somente as crianças pudessem entender...




Gente que prega peças nos outros, brinca de dar susto, faz pegadinha, aposta corrida, assiste Chaves e Todo Mundo Odeia o Chris e ri como se os episódios fossem inéditos...
Gente que lê e incorpora os personagens, fica fingindo fazer parte do livro, gente que se encontra nos filmes e que aprende a cantar na janela pra encontrar seu verdadeiro amor...


Gente bem louca essa não?
Essa gente tem algum tipo de distúrbio,  porque que não aprendeu a crescer e ficar chato. Porque não aprendeu a crescer e ficar velho. Porque não aprendeu a crescer... Ou será que aprendeu na medida certa? Sei lá.
Só sei que  faço parte dessa gente, que não trancou a porta da Terra do Nunca. Essa gente com síndrome de Peter Pan, que manteve dentro de si essas crianças felizes e que toda vez que se junta, termina sempre feliz, cheios de risadas e histórias pra contar; coisas loucas que nem mesmo a gente acredita que foi capaz de fazer...

FELIZ DIA DAS CRIANÇAS PARA NÓS, CRIANÇADA!!!!

O maior presente para nós neste dia, é saber que a gente ainda é capaz de ser criança e conservar essa pureza e essa alegria que muito adulto por aí já perdeu! 


Ser criança pra sempre é um dom
Ser criança é crer no amanhã
É virar pelo avesso do fim pro começo
O alegre refrão do Can can
Vai começar a brincadeira de qualquer maneira
Mesmo que não queira você vai dançar
É só fazer o que eu faço no mesmo compasso
Vamos dar o braço, pernas para o ar
La-la-la-la... 
(Can Can - Trem da Alegria)

Tantas crianças já sabem que todas elas cabem no nosso balão
Até quem tem mais idade, mas tem felicidade no seu coração
Sou feliz, por isso estou aqui, também quero viajar nesse balão
Super fantástico, no Balão Mágico, o mundo fica bem mais divertido
(...)Vamos fazer a cidade virar felicidade com nossa cançao
Vamos fazer essa gente voar alegremente no nosso balão...
(Super Fantástico - Balão Mágico)









quinta-feira, 4 de outubro de 2012

TE CONHEÇO...




Ah como eu te conheço... Fico olhando de longe e leio tudo, sinto tudo, sei de tudo... Isso pode soar como pretensão, mas não é. É um simples fato: apesar deste afastamento e de toda esta distância, ainda existe em mim esta conexão.
Conheço estes gestos enérgicos, essa maneira de apontar o dedo e de falar com as mãos. Você está bravo. O corpo rígido, os movimentos bruscos, a expressão severa. A vontade louca de mostrar sua indignação e de provar por A + B que está certo. Conheço cada canto retorcido dos teus lábios, desgostosos com a situação.
Conheço a expressão vaga dos teus olhos quando alguém se aproxima com aquele tipo de conversa banal. Quase posso ler teus pensamentos, quase escuto o barulho das engrenagens funcionando: "Por que você está falando comigo? Não vê que estou lendo?"
Conheço esse ar de fingido interesse , esse leve virar da cabeça, um leve sorriso amarelo para então, em seguida, voltar a concentrar a atenção em qualquer outra coisa de seu interesse.
Ah, por que te conheço tanto? Por que fico pensando e observando, seus olhos, seu rosto, suas mãos, seus pés, seu sorriso, você? Por que sinto tanta falta de ter qualquer migalha da atenção que você dedica aos outros? Nada em mim te interessa mais; eu praticamente deixei de existir na sua vida e no entanto... Aqui estou eu, pensando em você, escrevendo sobre você, tentando te entender, querendo saber o porquê de toda essa loucura...
Quisera eu não te conhecer tão profundamente. Talvez deste modo, meu coração acreditasse que não há nada de bom aí e que não existe mais nenhuma chance para nós dois...
Mas eu te conheço...



Pra terminar: Don't Speak (No Doubt) - Diz tudo...